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O pai – Uma verdadeira mãe
A segunda metade da década de 60 foi marcada pelo início da liberação feminina, principalmente com o advento das pílulas anticoncepcionais. Os tabus foram gradativamente se reduzindo. A famosa paquera, outrora masculina, passou a ser recíproca. As portas foram abertas para o mercado de trabalho feminino.
A jovem de hoje, em sua fase casadoira, é totalmente distinta daquela que conhecíamos há 20/30 anos. Todas hoje têm curso superior completo, enfrentam de igual para igual a disputa por empregos, a ponto tal de no Poder Judiciário, vermos nas carreiras do Ministério Público e da Defensoria Pública, a predominância feminina, chegando aos 60% o número de profissionais nessa área comparativamente com a participação masculina.
Tais alterações de “modus vivendi” vêm trazendo uma modificação na estrutura econômica e financeira dos lares, onde muitas vezes a participação financeira feminina é bem superior a do homem. Passamos a ver as senhoras executivas de grandes empresas nacionais e multinacionais. A mulher dispensando a integralidade dos dias de repouso pós parto.
Desde a década de 70, é também crescente, de forma vertiginosa, as criações de creches. O que antigamente era lugar para o cuidado e atenção de crianças pobres e de classe média baixa, enquanto seus pais trabalhavam em empregos simples durante o dia, vemos hoje luxuosíssimas creches com instalações e sofisticações de primeiro Mundo. Com as dificuldades de se encontrar as perfeitas babás, aquele que mais tempo fica no lar, passava a tomar conta da casa e dos filhos.
E, justamente este fenômeno passou a surgir de novo, quando os homens com empregos de meio expediente têm mais tempo para a dedicação à família que as mulheres que assumiram os costumes de antanho de um núcleo patriarcal. As mulheres passaram a se envolver nos múltiplos negócios das atividades do mundo capitalista e são inclusive mais cobiçadas para tais funções pelos respectivos dirigentes.
O número de homens que nos últimos 10 anos passam mais tempo dentro do lar com os filhos tem-se multiplicado de forma assustadora, se transformando e assumindo as condições de verdadeiros “donos de casa”, justificando inclusive para a proteção do interesse dos filhos menores que estes tenham a guarda de seus filhos, nas fases separatórias, diante de estarem mais com os menores no dia-a-dia que as suas mães.
Assim tenho visto uma gradativa alteração em nossos costumes das tradições ibéricas, na formação dos núcleos familiares machistas, patriarcais e dos clãs. A legislação, a doutrina e a jurisprudência, cada dia que passa, mais protegem as volições das crianças, até mesmo antes dos 12 anos estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Jovens com 6/10 anos já são direta e pessoalmente ouvidos por Magistrados, Curadores de Família, Assistentes Sociais e os cientistas da área “psi”, estes últimos para o auxílio necessário e direto ao Poder Judiciário.
É surpreendente o desenvolvimento de menores criados desde os primeiros dias de vida em creches/berçários, e agora, a maior participação paterna na direta criação e educação desde a tenra idade de seus filhos. São nesses casos os pais que levam e buscam diariamente seus filhos no colégio, freqüentam os pediatras e odontólogos, compram roupas, passeiam e se divertem num contato permanente e diário, quando a maior atividade no exterior do lar é desenvolvida pela mulher.
Em suma, estamos vivenciando uma nova era na família como instituição, com uma forma participativa mais igual ou já preponderante da figura paterna, que se habilita, cada vez mais, na disputa de igual para igual na guarda e educação de seus filhos, em destaque mais acentuado neste início de século, pela evidente alteração de nossos costumes.
(*) Advogado de Família
(trecho do artigo publicado em O Globo de 11 de agosto)
A jovem de hoje, em sua fase casadoira, é totalmente distinta daquela que conhecíamos há 20/30 anos. Todas hoje têm curso superior completo, enfrentam de igual para igual a disputa por empregos, a ponto tal de no Poder Judiciário, vermos nas carreiras do Ministério Público e da Defensoria Pública, a predominância feminina, chegando aos 60% o número de profissionais nessa área comparativamente com a participação masculina.
Tais alterações de “modus vivendi” vêm trazendo uma modificação na estrutura econômica e financeira dos lares, onde muitas vezes a participação financeira feminina é bem superior a do homem. Passamos a ver as senhoras executivas de grandes empresas nacionais e multinacionais. A mulher dispensando a integralidade dos dias de repouso pós parto.
Desde a década de 70, é também crescente, de forma vertiginosa, as criações de creches. O que antigamente era lugar para o cuidado e atenção de crianças pobres e de classe média baixa, enquanto seus pais trabalhavam em empregos simples durante o dia, vemos hoje luxuosíssimas creches com instalações e sofisticações de primeiro Mundo. Com as dificuldades de se encontrar as perfeitas babás, aquele que mais tempo fica no lar, passava a tomar conta da casa e dos filhos.
E, justamente este fenômeno passou a surgir de novo, quando os homens com empregos de meio expediente têm mais tempo para a dedicação à família que as mulheres que assumiram os costumes de antanho de um núcleo patriarcal. As mulheres passaram a se envolver nos múltiplos negócios das atividades do mundo capitalista e são inclusive mais cobiçadas para tais funções pelos respectivos dirigentes.
O número de homens que nos últimos 10 anos passam mais tempo dentro do lar com os filhos tem-se multiplicado de forma assustadora, se transformando e assumindo as condições de verdadeiros “donos de casa”, justificando inclusive para a proteção do interesse dos filhos menores que estes tenham a guarda de seus filhos, nas fases separatórias, diante de estarem mais com os menores no dia-a-dia que as suas mães.
Assim tenho visto uma gradativa alteração em nossos costumes das tradições ibéricas, na formação dos núcleos familiares machistas, patriarcais e dos clãs. A legislação, a doutrina e a jurisprudência, cada dia que passa, mais protegem as volições das crianças, até mesmo antes dos 12 anos estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Jovens com 6/10 anos já são direta e pessoalmente ouvidos por Magistrados, Curadores de Família, Assistentes Sociais e os cientistas da área “psi”, estes últimos para o auxílio necessário e direto ao Poder Judiciário.
É surpreendente o desenvolvimento de menores criados desde os primeiros dias de vida em creches/berçários, e agora, a maior participação paterna na direta criação e educação desde a tenra idade de seus filhos. São nesses casos os pais que levam e buscam diariamente seus filhos no colégio, freqüentam os pediatras e odontólogos, compram roupas, passeiam e se divertem num contato permanente e diário, quando a maior atividade no exterior do lar é desenvolvida pela mulher.
Em suma, estamos vivenciando uma nova era na família como instituição, com uma forma participativa mais igual ou já preponderante da figura paterna, que se habilita, cada vez mais, na disputa de igual para igual na guarda e educação de seus filhos, em destaque mais acentuado neste início de século, pela evidente alteração de nossos costumes.
(*) Advogado de Família
(trecho do artigo publicado em O Globo de 11 de agosto)
Os artigos assinados aqui publicados são inteiramente de responsabilidade de seus autores e não expressam posicionamento institucional do IBDFAM