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Gestão do terceiro setor: uma abordagem de captação de recursos no modelo de gestão de empresas: uma abordagem de captação de recursos no modelo de gestão de empresas
GESTÃO DO TERCEIRO SETOR: UMA ABORDAGEM DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS NO MODELO DE GESTÃO DE EMPRESAS
José Carlos de Sá Júnior 1
Resumo
O presente estudo de caso, tem como objetivo apresentar o modelo de gestão, a diferença entre eles e como um tipo de modelo de gestão costuma ser utilizado no terceiro setor, para ter respostas mais eficientes, eficazes e com o foco no resultado e celeridade nas decisões, para que elas sejam mais assertivas possível. Trata-se também de como o modelo de gestão do terceiro setor, mais propriamente da ONG Solidariedade e paz, pode auxiliar na captação de recursos financeiros, materiais e de capital intelectual para suas devidas ações sociais, e de que maneira as mesmas são executadas, para que deem um resultado positivo com um planejamento a curto, médio e longo prazo, desde pequenas ações, como visitas a hospitais, assim como no caso da criação da futura casa apoio, onde serão feitos atendimentos em diversas áreas para pessoas menos favorecidas financeiramente, o que já é uma meta da mesma. Será apresentado também como funciona o organograma e como são delegadas as funções aos voluntários, desde a idéia inicial até a execução de um projeto. Todavia, será feita também uma pesquisa in loco com os colabores para que se tenha uma noção clara de quem são as pessoas voluntárias, assim como será apresentado o número de pessoas atingidas pelas ações, suas respectivas necessidades, o que almejam e o impacto positivo que ONG causou na vida dos voluntários e dos beneficiados com diversos programas e atendimentos. Após a análise dos dados, irá ser apresentado todas as conclusões no pesquisa feita através de autores renomados sobre modelos de gestão e coleta de informações in loco.
Palavras - Chave: ONG; modelo de gestão; voluntariado; terceiro setor
Abstract
The present case study aims to present the management model, the difference between them and how a type of management model is usually used in the third sector, in order to have more efficient, effective answers and with a focus on results and speed in the decisions, so that they are as assertive as possible. It is also a question of how the management model of the third sector, rather the NGO Solidarity and Peace, can help in the collection of financial, material and intellectual capital resources for their due social actions and in what way they are implemented, to give a positive result with a short, medium and long term planning, from small actions, such as visits to hospitals, as well as in the case of the creation of the future home support, where care will be taken in several areas for people less favored financially, which is already a goal of it. It will also be presented how the organization chart works and how the functions are delegated to the volunteers, from the initial idea to the execution of a project. However, an on-the-spot survey will also be carried out with the collaborators so as to have a clear idea of ??who the volunteers are, as well as the number of people affected by the actions, their respective needs, what they aim for and the positive impact they have. NGO has caused in the lives of volunteers and beneficiaries with various programs and services. After analyzing the data, all the conclusions will be presented in the research done through renowned authors on management models and information gathering in loco.
Keywords: NGO; management model; volunteering; third secto
- INTRODUÇÃO
O terceiro setor, na maioria das vezes, trabalha oferecendo benefícios a população em geral, em locais nos quais o estado se torna cada vez mais ineficiente e o serviço público não chega. Devido aos acelerados problemas sociais, e por consequência a exploração do trabalho e devido a concentração de riquezas para a minoria da população, enquanto a maioria sofre as mazelas e misérias de uma sociedade contemporânea. A partir dessa observação, surgiram as Ong´s (Organizações não governamentais), com o intuito de garantir direitos aos mais necessitados, como o acesso a educação, esporte, lazer, saúde e inclusão de modo geral na sociedade.
Deste modo, surgiu a necessidade de fomentar a solidariedade de maneira mais organizada Existe a necessidade de uma celeridade na otimização do tempo, para que os empreendedores sociais consigam ter uma gestão profissionalizada, já que trata-se de um modelo de atividade contemporânea, onde não estão ainda alinhados afundo os processos, metodologia, gestão com planejamento e avaliação de resultados efetivos como em uma organização de outro setor.
Diante do exposto acima, criou-se um projeto onde a solidariedade fica em primeiro lugar. São projetos elaborados desde a ideia até a execução por pessoas físicas e às vezes com a ajuda de algumas empresas parceiras que se dispõem a abraçar ao projeto, doando o que for necessário para a realização das ações, porém sem apoio de governo em nenhuma das esferas; o que acaba terceirizando o que deveria ser feito pelo estado. Sendo assim, as Ong´s tornam-se relevantes a verdadeira mudança da sociedade. São ações que trazem reais e concretos benefícios às populações menos privilegiadas, onde ocorre uma transformação não somente em suas vidas, como também na vida do voluntário, que passa então a enxergar o mundo de outra forma, com mais empatia aos demais membros da sociedade.
Diante disso, serão apresentados os modelos de gestão das empresas convencionais e como alguns dos modelos existentes serão mais eficazes inseridos nos empreendimentos sociais (terceiro setor).
A linha a ser aqui seguida buscará muito mais levantar e avaliar as características às práticas de gestão do empreendedorismo social, a origem dos modelos de gestão, justificando-se em que as empresas de sucesso, não utilizam somente um modelo exclusivo de gestão e sim de uma combinação de fatores, afim de encontrar nessas práticas, o modelo ideal e quiçá personalizado para sua empresa de modo a se melhorar e crescer, buscando a qualidade total numa parceria entre a Ong´s, fornecedores, voluntários e empresas parceiras e instituições que trabalham com pessoas menos favorecidas financeiramente.
Considerando-se a relevância do tema abordado por este trabalho, o presente artigo tem como problema de pesquisa: De que forma se efetiva a captação de recursos no terceiro setor? Tal questionamento há de requerer tanto, uma revisão bibliográfica quanto, a utilização de mecanismos de observação ou coleta de informações capazes de permitirem que, a temática investigada atinja o objetivo geral da pesquisa que é: Analisar o processo de captação de recursos no terceiro setor.
2 TERCEIRO SETOR
O conceito de Organização Não Governamental – ONG foi formulado em 1940, pela Organização das Nações Unidas – ONU, para caracterizar as entidades da sociedade que atuavam em projetos humanitários ou de interesse público. A expansão dessas organizações ocorreu nas décadas de 1960 e 1970, na América Latina, onde se começou a perceber o importante papel na luta contra Estado bem como a importância das mesmas, na construção de políticas públicas e na implementação de mudanças (DIAS, 2003, p.15).
As ONGs são relacionadas ao chamado “terceiro setor”, contemplando agentes privados que atuam com fins públicos, elas desenvolvem ações para um bem comum. Dessa forma, percebe-se a abrangência das ONGs, que podem ter como norteadores temas diversos, como sociedade, meio ambiente, entre outros.
A sociedade poder ser dividida, não de uma forma hierárquica, mas sim de uma forma setorial, tendo-se como base um modelo de organização de cada grupo de atores. Esses atores são divididos em setores, onde o primeiro é composto pelo governo, responsável pelas questões que envolvem a população como um todo, ou seja, possui fins públicos; o Segundo Setor é o privado, o qual é miscigenado pelas questões individuais; já o Terceiro é constituído pelo segundo setor – pessoas privadas, porém com as características de ações voltadas às destinadas pelo Governo: a população.
A partir dessas afirmações percebe-se que esse setor não é só benéfico em termos de responsabilidade e sustentabilidade social, mas também na vertente econômica, já que representa um valor significativo no Produto Interno Bruto brasileiro. Destaca-se que o Terceiro Setor surgiu com intuito de melhorias às falhas admitidas pelo Governo. Dentro disso, este setor abrange entidades mantidas pelo capital privado, com destinação dessas ao público de interesse de cada uma das organizações, como ONGs, fundações, associações civis e religiosas e unidades assistenciais. Fernandes (1994, p.27) define o terceiro setor como:
[...] um composto de organizações sem fins lucrativas, criadas e mantidas pela ênfase na participação da ação voluntária, num âmbito não governamental, dando continuidade às práticas tradicionais de caridade, da filantropia e do mecenato e expandido o seu sentimento para outros domínios, graças, sobretudo à incorporação da cidadania e da suas múltiplas manifestações na sociedade civil.
Dias (2003) pontua que as ONG’s são organizações que executam as mais diversas ações, que têm em comum as questões pontuais ou envolvidas a grupos sociais específicos. Essas atuações podem ser consideradas complementares àquelas efetuadas pelo Estado, como por exemplo, os projetos que o Ministério do Meio Ambiente executa em prol da biodiversidade tanto da fauna, quanto da flora, e como complemento a essas, têm-se as organizações sem fins lucrativos, como é o caso do Greenpeace , o qual atua com propostas de prevenção e correção ao meio ambiente, bem como, campanhas publicitárias para a conscientização da população.
As ONGs brasileiras têm como característica principal as atividades coletivas organizadas. Nessa perspectiva o Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada – IPEA realizou uma pesquisa com 780 mil organizações privadas, onde constatou-se que 59% dessas tem investimentos voltados a comunidades carentes, como em saúde, educação, alimentação, esporte e cidadania (TACHIZAWA, 2004). Então, evidencia-se a atual posição da maioria dos brasileiros, os quais buscam investir parte de sua renda e/ou conhecimento ao equilíbrio da palavra “cidadania”, que tem como propósito tornar todos os cidadãos com os mesmo direitos e oportunidades.
2.1 Gestão do Terceiro Setor
A expressão terceiro setor é uma tradução de third sector, que nos EUA é usada junto com expressões como organizações sem fins lucrativos (nonprofit organizations) ou setor voluntário (voluntary sector). Na Europa continental predomina a expressão organizações não-governamentais. Sua origem vem do sistema de representações da Organização das Nações Unidas (ONU), que assim denomina as organizações internacionais representativas, para justificar sua presença oficial na ONU (ALBUQUERQUE, 2006, p.17 ).
O crescente aumento das organizações do terceiro setor, principalmente em função da demanda social e do afastamento gradual do Estado, tem influenciado na participação destas na gestão pública, e contribuído para a consolidação do setor na administração pública em um contexto mundial.
Com relação aos aspectos acima mencionados, Drucker (1994) ressalta que:
“É enorme o vazio causado pelo número reduzido de teorias, modelos e mecanismos específicos para as organizações do terceiro setor - sejam eles administrativos, organizacionais ou gerenciais. Os modelos utilizados "não foram criados para atender organizações com a lógica de atuação do terceiro setor" (DRUCKER, 1994, p.15).
Sendo assim, fica evidente que, para não perder a coerência com a sua identidade, seus valores e sua missão, o Terceiro Setor depende do desenvolvimento de uma lógica própria, diferente das lógicas dos setores público e empresarial.
Nesse sentido, compreende-se que o caráter e os objetivos das instituições do Terceiro Setor são bem distintos das instituições do primeiro e do segundo setor, uma vez que elas são orientadas por valores e não tem o lucro como objetivo. Assim, para poderem atuar de forma eficiente e satisfatória para a sociedade em geral, as empresas do Terceiro Setor devem compreender a complexidade dos problemas sociais, sendo necessário integrar os diversos atores sociais e organizacionais na gestão das políticas sociais.
Segundo Drucker (1994), é preciso deixar de olhar as organizações sem fins lucrativos apenas pelo que elas não são, passando a valorizá-las pela sua atuação na sociedade, como agentes de mudança individual e social. Objetivando a eficiência e eficácia na gestão das políticas sociais, estas exigem mudanças significativas na lógica da gestão tanto das organizações públicas estatais como das organizações sem fins lucrativos, integrando-as para atender os interesses coletivos (JUNQUEIRA, 2001)
Com relação à gestão do terceiro setor e sua relação com os recursos públicos, e portanto, à essa forma de administrar o negócio público, Vieira (1999, p. 24) estabeleceu uma crítica contundente, afirmando que o “terceiro setor organizacional, é apenas terceiro setor do ponto de vista organizativo, ele não é uma propriedade. Afinal, os recursos públicos são recursos vindos de taxas e impostos, que vêm daquilo que chamamos de subsídios e, portanto, eles saem do tesouro e do orçamento da nação. Então não é um terceiro setor não- estatal, é um “terceiro setor público organizacional, já que os subsídios são públicos, é o setor incentivado” (VIEIRA, 1990 p. 17).
O grande problema reside na administração dessas organizações, já que, como não operam com lucros convencionais e dependem de doações, elas precisam determinar exatamente a sua missão e atuação, de forma a não despender esforços nem capital que não produzam o retorno esperado. Tenório (1998) aborda a diferença entre gestão social e gestão estratégica, caracterizado a primeira "por um gerenciamento mais participativo, dialógico, no qual o processo decisório é exercido por meio de diferentes sujeitos sociais", enquanto que a gestão estratégica "é um tipo de ação social utilitarista, fundada no cálculo de meios e fins e implementada através da interação de duas ou mais pessoas, na qual uma delas tem autoridade formal sobre outras.
Diante da heterogeneidade e da complexidade do Terceiro Setor, parece não haver a possibilidade de se definir um sistema único de gestão para o segmento, devido às diferenças em sua composição, porte, organização, finalidade e forma de funcionamento.
Levando em conta essa complexidade e a diversidade das organizações sem fins lucrativos, Jadon (2005)PG cita dois fatores fundamentais que justificam a necessidade de se profissionalizar a gestão social, afirmando que a expansão do Terceiro Setor é a explicação do surgimento desses fatores. Um deles é o engajamento do setor privado nas questões sociais, por meio do qual, empresas multinacionais atuam nas áreas sociais em parceria com a sociedade civil. O outro fator importante para a gestão social efetiva é sua manutenção e a efetividade de suas ações ao longo dos anos, assim como o fim do processo da dependência, indicando a necessidade de diversificar fontes de financiamento; desenvolver projetos de geração de receitas; profissionalizar recursos humanos e voluntariado; atrair membros/sócios das organizações e estratégias de comunicação; buscar paradigmas de avaliação de resultados sociais; e desenvolver uma estrutura gerencial (JADON, 2005).
O autor cita, ainda, que, independentemente da ferramenta de gestão empresarial que se pretenda utilizar na gestão social, torna-se imprescindível uma adaptação da linguagem, dos conceitos e por meio de metodologia específica aplicada à gestão de uma organização sem fins lucrativos, através das relações com diversos campos no sentido de oferecer à organização a motivação, direcionamento, capacidade, viabilidade e legitimidade de que ela precise para garantir a efetividade da gestão.
2.2 O Terceiro Setor e a captação de recursos
O Terceiro Setor, conforme esclarece Xavier (2012), corresponde a práticas exclusivamente sociais, atividades sem fins lucrativos e a geração de bens e serviços de caráter público. Complementando essa concepção, PRATA (2003) afirma que o Terceiro Setor é constituído por organizações privadas, sem fins lucrativos, que se voltam a atender as demandas coletivas da sociedade, com vistas ao seu desenvolvimento social, político e econômico. (PRATA, 2003, p.74).
Dentre as organizações que compõem o Terceiro Setor estão as ONGs (Organizações Não Governamentais), as instituições religiosas, as entidades beneficentes, os centros sociais, os clubes, serviços etc. Uma característica importante dessas organizações é que elas contam com uma grande quantidade de voluntários e atuam prestando serviços para a sociedade menos favorecida, que não consegue receber os serviços do poder público (Primeiro Setor), nem contratar os serviços do setor privado (Segundo Setor). (XAVIER, 2012, p.13)
Segundo Silva (2012, p. 04):
Vale salientar que benefícios sociais e coletivos não contemplam necessariamente o setor público, ou seja, algumas organizações atuam com o objetivo de trazer benefícios coletivos internos, dentro da própria organização, sem a intenção de buscar ações sociais externas. Partindo desse princípio, aparentemente, temos um divisor que o autor destaca como sendo uma das principais diferenças na conceituação, isto é, o terceiro setor é aquela organização que não é pública nem privada.
Toda organização que tem uma finalidade específica de atuação, utiliza-se de recursos financeiros para manter suas atividades em funcionamento. O terceiro setor, com objetivo social, não está fora de tal contexto: necessita ter recursos para suas operações.
Algumas organizações não governamentais têm explorado formas inovadoras de captação de recursos via comercialização de produtos e serviços, associação com administradoras de cartões de crédito para emissão de cartões de afinidade e campanhas de arrecadação de recursos junto ao público em geral. É importante ressaltar que a captação de recursos não se resume a auxílios financeiros, mas abrange pessoal, infraestrutura e materiais necessários para o bom funcionamento da organização.
Existe uma gama de fontes onde as organizações do Terceiro Setor podem captar recursos, cada uma dependendo da quantidade de energia ou criatividade que ela pretenda dispender.
Dentre as diversas fontes de onde podem advir recursos para o terceiro setor, as três principais são: o Estado que atua como financiador de certas atividades principalmente as de cunho social; as empresas privadas que atuam através de suas ações de Responsabilidade social; e a fonte de recursos mais comum que é a sociedade civil que promove doações filantrópicas (financeiras) e voluntárias (mão de obra). (BITTENCOURT; FEUERSCHUTTE, 2009).
Com uma definição simplificada, Brigo (2006, pg.10) contribui:
“Captar recursos está diretamente relacionado ao sucesso de bem administrar a organização, inclusive do ponto de vista da boa gestão financeira, uma vez que as pessoas e/ou organizações estão dispostas a contribuir, confiantes que sua doação será bem gerida. Quando a organização é bem gerenciada, ela passa a deter maior credibilidade junto aos demais atores sociais (governo, sociedade, agentes financiadores, entre outros), o que contribui para o bom desempenho financeiro da organização”.
Gets (2002, p. 14 apud SILVA; VASCONCELOS; NORMANHA FILHO, 2012, pg. 07) expõe um raciocínio semelhante e acrescenta maiores evidências.
“Nos últimos anos, vem ganhando força a expressão ‘’mobilização de recursos’’, que tem um sentido mais amplo do que ‘’captação de recursos’’. ‘’Mobilizar recursos não diz respeito apenas assegurar recursos novos ou adicionais, mas também a otimização (como fazer melhor uso) dos recursos existentes (aumento da eficácia e eficiência dos planos); à conquista de novas parcerias e à obtenção de fontes alternativas de recursos financeiros”.
A autora comenta que a participação da comunidade fortalece a causa defendida e ganha apoio constante na busca por novos recursos, voluntários, benfeitores e aliados que, paulatinamente, vão levar a organização a uma legitimação. São os requisitos internos e externos, que podem variar de acordo com a organização, mas em geral, respondem aos seguintes requisitos: missão, visão, o foco de atuação da organização, a comunicação com a comunidade, a boa gestão da organização e dos recursos doados, a sustentabilidade da organização, buscando uma redução da dependência de terceiros, onde se gera todo o orçamento necessário para a ação da organização, parcerias com compatibilidade de interesses, ou seja, a busca de parceiros com interesses e motivações comuns à da sua organização.
Com relação aos aspectos citados acima, é importante ressaltar o que os referidos autores comentam a respeito da missão da organização
:
"A missão de uma organização sem fins lucrativos é o que esta instituição pretende fazer no âmbito de uma causa. É, sem dúvida, uma das razões que mais motiva pessoas a trabalharem ou contribuírem com ela." (CRUZ & ESTRAVIZ, 2003, p.19).
Cruz & Estraviz (2003) ainda citam outros motivos que influenciam a doação: obrigação moral de ajudar, satisfação pessoal em ajudar os outros; livrar-se da culpa de não ajudar; manter ou melhorar o status social; prestígio, respeito, admiração na comunidade; compaixão ou empatia; identificação pessoal com a causa ou o benfeitor; influência religiosa; substituição à participação ativa em trabalhos sociais; apoio á missão e à proposta da organização.
Captar recursos vai muito além conquistar donativos de pessoas que se sensibilizem com a missão da organização, é um assunto que precisa de atenção especial, pois como as entidades são diferentes, as formas de captação, bem como o plano estratégico para coletar recursos são diferentes. GETS (2002 p. 14)
Esta idéia é reforçada por DRUCKER (2002, p.33) ao indicar que "A missão vem em primeiro lugar. As instituições sem fins lucrativos existem por causa da sua missão. Elas existem para fazer uma diferença na sociedade e na vida dos indivíduos. Elas existem por causa de sua missão e isto nunca deve ser esquecido".
Portanto, de maneira geral, os autores ratificam que as possibilidades de obtenção de recursos são várias, porém as organizações precisam trabalhar a arrecadação de fundos, baseada na sua missão e valores de forma que os objetivos sejam atingíveis e agradável aos olhos de quem está doando. No que tange à captação de recursos, apesar de alguns autores citarem certos modelos, não há um manual a seguir, não existe estratégia única, pois para realizar essa atividade é necessário efetuar um plano específico para cada entidade. O recurso financeiro é essencial, sua ausência compromete não só a execução das atividades desenvolvidas, mas também a própria manutenção dos projetos sociais.
3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada tratar-se-á de uma revisão de literatura, partindo de um processo de levantamento de publicações pertinentes, onde irá requerer a utilização de dados obtidos por meio eletrônico e material impresso, envolvendo artigos, teses, dissertações, livros e outras fontes de confiança científica. A investigação do tema será feita em material impresso e sites.
A pesquisa exploratória e descritiva por identificar a natureza do fenômeno e apontar as características principais a ser estudadas nas variáveis. A pesquisa descritiva investiga os fenômenos de modo a procurar descobrir com qual frequência ele acontece e sua relação ou conexão com outros fenômenos, características ou natureza (SILVA; MENEZES, 2005).
Na pesquisa explicativa, os pesquisadores não se limitam apenas em descrever fatos de modo detalhado, mas procuram encontrar as causas, suas relações com outros fatos e suas relações internas. O principal objetivo da pesquisa explicativa seria responder alguns questionamentos inerentes a problemática proposta, ou seja, responder o problema da pesquisa. Anteriormente era comum haver o pensamento de que a ciência deveria apenas colocar em exposição as causas da ocorrência dos fatos. Atualmente, sabe-se que este ponto é apenas um dos motivos da explicação científica (SILVA; MENEZES, 2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como apresentado no decorrer deste trabalho o Terceiro Setor é a junção do primeiro e do segundo setor, para cobrir setores em que o Estado não consegue atender. Essas instituições atuam com projetos nas áreas: social, de educação, saúde, cultura e lazer. Conceituar os três setores existentes nos possibilita saber quais as suas áreas de abrangências e suas especificidades.
O papel fundamental de cada um, suas responsabilidades, suas formas de captação de recursos, suas distribuições e os resultados financeiros gerados são processos existentes nos três, mas as suas finalidades diferentes. Visar o lucro para a população no geral ou simplesmente para si próprio ou ainda para terceiros que representam uma parte da sociedade menos favorecida socioeconomicamente falando, cuja responsabilidade social é voltada para o bem comum e o desenvolvimento e capacitação de cada pessoa.
Falar sobre a estrutura de uma fundação e a sua forma de atuação é fácil depois dela já montada e instalada, difícil mesmo é a falta de apoio que essas pessoas têm, os recursos que nem sempre são de facilidade conseguir para que invista e desenvolva, uma vez que lidar com uma parte menos favorecida da sociedade (infelizmente) algumas vezes são mal vistas.
[1] Perito Judicial. email: jc99junior@gmail.com
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