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A escolha pelo direito das famílias
A escolha pelo direito das famílias
A escolha pelo Direito das Famílias é uma escolha feita muito mais com o coração, que com a cabeça. Não é o ramo do direito que envolve as questões de poder ou grandes transações monetárias. Não é o ramo do direito que vai lhe permitir dormir sossegado, sem grandes preocupações. Não é o ramo do direito que possibilite um distanciamento técnico e emocional. Pelo contrário.
Escolher o Direito das Famílias é saber que diariamente você estará tratando de relações que não deram certo, projetos amorosos que falharam, desestruturação da família, frustração...
Escolher o Direito das Famílias é a ter a sensibilidade de perceber que nada é mais triste que a perda do afeto, que nada é mais triste que a noção de falha no projeto pessoal de ser feliz com seus familiares.
Por isso, quem escolhe ser advogado das famílias sabe que em um processo como esse ninguém ganha, todos perdem. Quem escolhe o direito das famílias sabe que sua função é minimizar os danos, salvar o que resta daquele projeto pessoal afetivo, sem machucar ainda mais os envolvidos.
O advogado das famílias tem que estar preparado para ser mais que um advogado, para ser um conselheiro, um amigo, alguém que entende a dor do seu cliente. Muitas vezes, será impossível fechar os olhos a noite, sem lembrar das agruras do dia. Muitas vezes, será impossível esquecer o sofrimento dos envolvidos. Muitas vezes, será difícil encontrar uma solução para os problemas que nos são trazidos.
Toda essa carga, por sua vez, é liberada quando se consegue resolver a demanda, quando se consegue acolher o cliente, quando se consegue preservar a criança.
Escolher o Direito das Famílias, não é escolher um ramo do direito de forma estanque, é escolher um projeto de vida e de dedicação. Parafraseando Simone de Beauvoir, ninguém nasce advogado das famílias: torna-se advogado das famílias.
Vanessa Abu-jamra Farracha de Castro
OAB/PR 24.789
Diretora Adjunta do IBDFAM/PR
Sócia 2987 do IBDFAM
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