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A importância de se entender o suicídio bem como preveni-lo
A importância de se entender o suicídio bem como preveni-lo
RESUMO
Resumo: o suicídio vem sendo motivo de muitas pesquisas e controvérsias no que tange as suas peculiaridades clinicas e gênese. Pesquisas que contemplam a neurofisiologia do suicídio, bem como suas implicações bioquímicas ainda estão precoces, sobretudo no que se refere a criminologia do suicídio. O alto índice de morte entre os jovens, bem como as crescentes incidências de casos de suicídio no mundo, vem obrigando as autoridades governamentais a ficarem mais atentas a estas questões. Observar sintomas e sinais em pacientes não tratados com ou sem acompanhamento clinico muito colabora para reduzir as estatísticas de morte.
Abstract: suicide has been the subject of much research and controversy regarding its clinical peculiarities and genesis. Research that contemplates the neurophysiology of suicide, as well as its biochemical implications are still precocious, especially with regard to the criminology of suicide. High death rate among young people, as well as the increasing incidence of suicide cases in the world, has forced government authorities to be more attentive to these issues. Observing symptoms and signs in untreated patients with or without clinical monitoring greatly collaborates to reduce death statistics.
Palavras-chave: Suicídio, pesquisas, estatística, prevenção, neurofisiologia, bioquímica.
INTRODUÇÃO
Em 2015, o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria escolheram o setembro para ser o mês dedicado à prevenção do suicídio. A partir de então, as ações da campanha Setembro Amarelo tentam alertar para a importância de se discutir o tema. Dados do Data SUS mostram que o número de suicídios vem aumentando no Brasil nos últimos anos. Ainda assim, falar sobre suicídio parece ser um tabu no Brasil – o que não ajuda nas ações de conscientização e alimenta a propagação de informações inverídicas a respeito do assunto. A campanha Setembro Amarelo foi assim chamada por causa de um jovem americano que se suicidou em uma colisão proposital de seu veículo, que era amarelo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos suicídios que acontecem no mundo podem ser prevenidos com uma rede de apoio em torno da vítima. A organização considera o suicídio como uma prioridade de saúde pública, já que é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 ano. (Afonso,2019)
O comportamento suicida se apresenta como incógnita diante dos criminalistas para o esclarecimento de diversos levantamentos periciados, os quais não restou confirmadas e claras as intenções do ato; ou seja, coletados os achados (vestígios e evidências físicas) que compunham a “cena” examinada, se fizeram escassos os elementos materiais locais que habilitassem a determinação e/ou diferenciação da conduta (se suicida ou homicida). Contudo, relações anatômicas, fisiológicas e hormonais podem ser consideradas em casos de suicídio, e sob critérios técnicos de interpretação, podendo vir a auxiliar peritos e médicos legistas na busca de mais uma evidência em casos não concluídos, tidos como “suicídios controversos ou duvidosos”. A hipótese de que todo suicida possa apresentar alterações hormonais e/ou neuroquímicas, suscita ao meio criminalístico uma nova abordagem, que venha a agregar um fator biológico como mais um elemento que permita confirmar ou excluir a conduta examinada, comparado aos demais elementos apurados no local periciado. Através de uma revisão bibliográfica, destacou-se principalmente a relação entre o neurotransmissor serotonina (5HT) e seu principal metabólito: ácido 5-hidroxi-indolacético (5HIAA). O suicídio figura entre as principais causas de morte nos países industrializados e, a despeito de tentativas de prevenção, suas taxas são crescentes, o que tem estimulado as pesquisas na biologia do suicídio, com o objetivo de auxiliar o clínico na identificação do suicida em potencial. Existem hoje muitas evidências de estudos com diferentes metodologias mostrando que anormalidades no sistema serotoninérgico estariam associadas ao comportamento suicida. Hoje, o foco principal das pesquisas, após as evidências dos estudos de epidemiologia genética de que o suicídio seria, pelo menos parcialmente, geneticamente determinado, são os estudos de genética molecular. Esta abordagem, apesar de estar ainda em fase inicial e de ter resultados às vezes inconsistentes, é promissora, e seus resultados sugerem que, pelo menos em parte, fatores genéticos influenciam o comportamento suicida através do sistema serotoninérgico. As pesquisas devem continuar. Contudo, campanhas preventivas e de alertas a sociedade como um todo devem permanecer como forma de ação a e escuta junto muitos dos sintomas apresentados por aqueles que adoeceram a ponto de ceifarem as próprias vidas. O suicídio é um fenômeno complexo, envolve muitos aspectos da saúde humana e tem muitas e diversas determinações, pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero, a todos.
CONCLUSÃO
Mas o suicídio pode ser prevenido, previamente identificado. Saber reconhecer os sinais de alerta em si mesmo ou em alguém próximo a você pode ser o primeiro e mais importante passo. Tem que ser observados Sintomas Verbais :quando a pessoa diz "quero me matar, quero morrer, vou cometer suicídio". "Muita gente não dá atenção para isso porque acha que a pessoa não está falando a verdade, que quem fala não faz", diz Rizzo; quando diz "estou muito cansada, não quero continuar". "É algo que, isoladamente, não recebe muita atenção das pessoas. Mas junto com outros sintomas, tem de ser visto com um olhar mais diferenciado", explica a psicóloga. Além dos Sinais Comportamentais: isolamento: se a pessoa deixa de ir à escola ou falta ao trabalho com regularidade, por exemplo; desinteresse: de repente, a pessoa deixa de fazer as atividades de que gosta; alimentação: a pessoa come mais ou come menos que o usual; mudança no sono: se tem insônia ou dorme demais; agressividade: no caso de jovens, às vezes a depressão se confunde com agressividade.
No geral, de acordo com Scavacini, "sintomas de depressão associados a sinais verbais pode mostrar que pessoa está em risco". Identificar estes sinais se faz mister para que se auxilie o suicida em potencial.
REFERÊNCIAS
1.Afonso, Nathalia. Precisamos falar sobre suicídio: 4 mitos e 2 verdades sobre o tema em redes sociais. Repórter | Rio de Janeiro |lupa@lupa.news17.SET.2019
2.https://www.bbc.com/portuguese/geral-49636666
3.Autor: Correa, Humberto; Barbi, Evaristo; Neves, Fernando S; Capellini, Giancarlo; Castro, Juarez O; Neto, Kleber P; Nicolato, Rogrigo; Campos, Valéria R; Romano-Silva, Marco Aurélio.
Título:A neurobiologia do suicídio: evidências do papel do sistema serotoninérgico / Neurobiology of suicide: evidences of the role of serotonergic system
J. bras. psiquiatr;51(6):397-404, nov.-dez. 2002. ilus
4.NOVAKOSKI, Eduardo1 ; RODRIGUES, Renata Karla Peres 2 ;FRAU, VariniaAlejandra Alvea. NEUROFISIOLOGIA DO COMPORTAMENTO SUICÍDA.Associação Brasileira de criminologia.2017.
5.https://saude.gov.br/saude-de-a-z/suicidio
Este artigo é uma compilação de leituras da profissional Isabel Cristina Malta Garcia Makishima, atuando há cerca de 42 anos na área.
Nome da autora:
Isabel Cristina Malta Garcia Makishima
Nomes dos co autores:
Claudia Sant ‘Ana Pinto Leal (acadêmica de Serviço Social)
Loriane Zancanaro Riechi (Farmacêutica e Bioquimica)
Eduardo Henrique Pereira Alves (acadêmico de psicologia)
Cleverson Luiz Kossoski (Psicólogo)
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