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Família em recasamento: Locus de realização
Família em recasamento:
Locus de realização
Agenor de S. S. Sampaio Neto[1]
Antonio José de Souza[2]
Elenilda Alves Brandão[3]
Fernanda Viana Lima[4]
Resumo: Este artigo tem por objetivo investigar as dinâmicas da conjugalidade em situação de recasamento. Trata-se de um estudo de casos múltiplos que foi realizado com três homens e cinco mulheres em situação de recasamento e com ao menos um filho da relação anterior, todos residentes na Região Metropolitana de Salvador-Bahia. Elas/eles foram contactados por meio da rede social dos autores. Para a coleta de dados, foi utilizado o “Roteiro de Entrevista Dinâmicas da Conjugalidade em Situação de Recasamento”. As entrevistas foram realizadas em local de conveniência dos participantes. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As entrevistas foram gravadas para que nenhuma informação se perdesse e os dados encontrados foram analisados de forma descritiva. Os principais resultados revelam que a família em recasamento é dotada de relações complexas, entretanto, é locus de resgate de uma vida conjugal madura, harmoniosa, feliz, dentre outros aspectos. Levanta-se a necessidade de estudos para um maior aprofundamento sobre o tema.
Palavras-chave: Família. Conjugalidade. Parentalidade. Recasamento.
Abstract: This article aims to investigate the dynamics of conjugality in a situation of remarriage. This is a multiple case study that was carried out with three men and five women in a remarriage situation and with at least one child from the previous relationship, all oh whom live in the Metropolitan Region of Salvador-Bahia. They were contacted through the authors social network. For data collection, we used the “Interview Guide for Dynamics of Conjugality in a Remarriage Situation”. The interviews were conducted in a place of convenience for participants. All of them signed the Free and Informed Consent Form. The interviews were recorded so that no information was lost and the data found were analyzed descriptively. The main results reveal that the remarried family is endowed with complex relationships, however, it is the locus of rescue of a mature, harmonious, happy married life, among other aspects. There is a need for studies to further investigate the topic.
Keys-words: Family. Conjugality. Parenting. Remarried.
1. INTRODUÇÃO
O presente texto constitui parte da investigação intitulada “Dinâmicas da conjugalidade em situação de recasamento”, coordenada pelos Professores Doutores Rafael Cerqueira Fornasier, Elaine Pedreira Rabinovich e Lúcia Vaz de Campos Moreira, da Universidade Católica do Salvador (UCSal). A pesquisa de campo foi realizada na Região Metropolitana de Salvador/Bahia, pelos alunos matriculados na disciplina “Contextos familiares: Vínculos familiares e de pertencimento”, do Programa de Pós-graduação em Família na Sociedade Contemporânea/UCSal, e pelos estudantes da graduação da disciplina “Psicologia e Relações Familiares”, do Curso de Psicologia da UCSal, no 2º. semestre de 2019. O objetivo geral desse estudo maior foi investigar as dinâmicas da conjugalidade em situação de recasamento no contexto da Região Metropolitana de Salvador/Bahia.
O tema da conjugalidade tem despertado grande interesse na comunidade acadêmica, onde se constata um crescente número de trabalhos sobre o assunto (FÉRES-CARNEIRO; DINIZ NETO, 2010), que passa necessariamente por aspectos como amor, conflitos conjugais, filhos, divórcio, dentre outros. O aumento no número de divórcios em 8,3% (IBGE, 2018) retrata a modificação da realidade relacional na conjugalidade, influenciado pelo individualismo, inserção cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, autonomia e independência dos cônjuges, transformação da intimidade (GIDDENS, 1993), fatos que levaram à possibilidade de formação de outros vínculos posteriormente ao primeiro casamento.
O aumento das rupturas familiares enfraquece a ideia de que a família tem um ciclo de vida próprio, como se acreditava no passado. As famílias nasciam, cresciam e morriam. Essa transformação conduz à possibilidade da família ser definida como entrelaçamentos de cursos de vidas individuais, de indivíduos que se agregam e se desagregam com maior contingência (DONATI, 2008).
Entretanto, a família continua sendo um importante lugar onde a intimidade é construída e vivenciada (SILVA; TRINDADE, 2012), e a sua variabilidade de formas pode ser descrita na relação conjugal do casal e na relação entre pais e filhos, nas quais podem ser inseridas redes de relações mais complexas (DONATI, 2008).
O recasamento, objeto deste trabalho, pode envolver aspectos da conjugalidade e também da parentalidade, e a sua complexidade se manifesta sobretudo quando um dos cônjuges, ou os dois, possuem filhos de suas relações anteriores, que passam a conviver na condição de coirmãos.
O presente artigo aborda o fenômeno do recasamento, expondo a revisão de literatura sobre o tema, através de produção científica nacional e internacional, indicando os principais autores que pesquisaram esta temática.
A metodologia utilizada será objeto de um tópico específico, no qual se detalhará a forma de abordagem, o delineamento do tema, a delimitação geográfica e características dos participantes, os instrumentos e procedimentos utilizados junto aos participantes, e por fim, a forma de análise dos dados.
A análise dos resultados será feita após os relatos sobre cada tema individualizado: família; concepções e vivências sobre casamento, divórcio e recasamento; e percepções sobre as relações familiares no contexto do recasamento, em abordagem dialética com a literatura existente, e por fim, serão feitas as considerações finais.
2. REVISÃO DE LITERATURA
O interesse pelo tema recasamento começou a surgir na comunidade científica nos Estados Unidos da América na década de 1970. No Brasil, esta temática passou a ser abordada em trabalhos científicos a partir da década de 1980, em menor número, se comparado à produção internacional (SILVA; TRINDADE, 2012).
As razões para que o tema não fosse amplamente discutido pautam-se no tabu que existia na sociedade acerca das relações havidas após uma separação judicial. O reconhecimento jurídico da extinção dos vínculos matrimoniais com a possibilidade jurídica de refazimento destes vínculos, tornando-se possível postular um novo casamento, especialmente através da Lei do Divórcio de 1977, o assunto passou a ser tratado de forma mais natural e as relações passaram a ser assumidas publicamente.
A Constituição Federal trouxe importante inovação acerca das uniões livres, o que também possibilitou que o assunto fosse tratado com maior naturalidade (BUSHER; RODRIGUES, 1990), constituindo-se como um marco fundamental para o incentivo das pesquisas acerca da recomposição familiar.
Inicialmente a abordagem do tema se dava mais especificamente através de dados demográficos e revisão de literatura, mas não se adentrava nas representações e qualidades dessas relações, o que se verificou apenas a partir da década de 1980, principalmente através da produção científica de Maldonado (1986), Féres-Carneiro (1987) e Penso (1989) (CANO; GABARRA; CREPALDI; 2009).
Na literatura estrangeira, especialmente Canadá e Estados Unidos, podemos citar Walker, Rogers e Messinger (1977), Gardfield (1980), tratando especificamente da transição entre o divórcio ou viuvez e o recasamento; Visher & Visher (1978), Pasley, Ihinger & Coleman (1984), Zimiles e Valerie (1989) abordando a questão da dinâmica, necessidades e dimensões do ciclo vital da nova família; Hunter e Schuman (1980), Clingempeel e Segal (1986), Hobart e Brown (1988) abordando os efeitos do recasamento sobre a redefinição de papéis e os tipos de relações travadas entre a antiga família e a família reconstituída. (apud FÈRES-CARNEIRO; DINIZ NETO, 2010)
Uma das questões abordadas pelas pesquisas recentes diz respeito à utilização da expressão “família recasada” como modo de denominar a segunda união conjugal, que tem sido objeto de crítica por remeter à ideia de reconstrução, refazimento de uma situação anterior, sempre vinculada à relação passada (SILVA; TRINDADE; SILVA JÚNIOR, 2012). No entanto, apesar da possível referência à relação anterior, será a expressão utilizada no presente trabalho, principalmente em razão da sua definição ser a base de escolha para as características dos participantes: "definimos uma família recasada como um lar onde vive um casal e pelo menos um dos parceiros tem um filho do casamento anterior" proposto por Visher & Visher (apud COSTA; DIAS, 2012).
Tratar do tema recasamento implica numa análise ampla sobre todos os aspectos que envolvem uma relação que traz em si o passado, na medida em que o relacionamento com o ex-cônjuge permanece latente sobretudo quando há filhos do casamento anterior, apresenta as dificuldades presentes de toda relação íntima, agravada pela existência de histórias e relacionamentos do passado, e o desafio de conciliar tantos aspectos que trazem em si naturezas potencialmente conflituosas, para uma convivência duradoura.
Estudos recentes demonstram que vários são os aspectos que colaboram para a estabilidade destes vínculos, inclusive os valores e crenças pessoais, conforme expõe Limeira e Fères-Carneiro (2019). Os valores pessoais, portanto, funcionam como alicerces que direcionam a ressignificação dos vínculos, proporcionando um ambiente harmônico e pacífico no recasamento, já que as relações passadas de alguma forma, inserem-se na vida do novo casal.
Pesquisas demonstram que o prazo de ajustamento das famílias recasadas, com o novo contexto, ou seja, com o desfio de unir duas individualidades e as suas histórias de vida, pode levar de três a cinco anos, e a variação depende do contexto e dificuldades encontradas em cada processo de forma particular, e certamente a forma de dissolução do vínculo anterior é significativa para a facilitação de ajustes no recasamento (SILVA; TRINDADE; SILVA JÚNIOR, 2012).
No entanto, parece constatar-se que o recasamento é o locus de resgate de uma vida conjugal, onde se experenciam situações complexas, mas também se vivenciam sentimentos de companheirismo, cumplicidade e harmonia, como uma segunda oportunidade de viver o amor maduro e equilibrado, corringindo-se os erros cometidos no passado.
3. MÉTODO E DELINEAMENTO
A itinerância científica escolhida para este estudo, fundamentou-se na premissa de que adentrar o campo da Pesquisa Social é, muitas vezes, deparar-se com questões não resolvidas, onde persiste o debate inconclusivo (MINAYO, 2014), afinal, o conhecimento é desafiador tanto quanto instigante. Aqui, as dinâmicas da conjugalidade em situação de recasamento é o objeto instigador de um interesse inserido na realidade do ser humano em sociedade. Tal conceito de pesquisa incide sobre o que é imprescindível na investigação qualitativa, pois “[...] exige que o mundo seja examinado com a ideia de que nada é trivial, que tudo tem potencial [...]” (BOGDAN; BIKLEN, 1994, p. 49).
Nessa perspectiva, reconhecendo a existência de muitos tipos de estudos qualitativos, optou-se pela metodologia Estudo de Casos múltiplos a fim de abranger um número significante de participantes e, com isso, alcançar o objetivo proposto. Gil (2009) ressalta que o estudo de caso vem sendo utilizado com frequência por servir a pesquisa com diferentes propósitos, tais como: i) explorar situações da vida real; ii) descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; e iii) explicar as variáveis causais de determinado fenômeno.
Embora não haja entre os pesquisadores unanimidade quanto a utilização do estudo de caso, o pesquisador que se debruça sobre as muitas nuances dos campos investigativos na contemporaneidade, compreende quão complexa pode se tornar a abordagem metodológica escolhida, no entanto, o estudo de casos múltiplos apontam para uma possibilidade metodológica abrangente, capaz de elucidar os fenômenos investigados num específico contexto.
Segundo Gil (2009), o estudo de caso não aceita um roteiro rígido para a sua delimitação, mas é possível definir quatro fases que mostram o seu percurso: a) delimitação da unidade-caso; b) coleta de dados; c) seleção, análise e interpretação dos dados; d) elaboração da apresentação e artigo.
À vista disso, participaram do estudo 3 homens e 5 mulheres, entre 47 e 66 anos de idade, em situação de recasamento. Os critérios de inclusão foram: ser divorciado(a), não ser viúvo(a), ter filho(s) do casamento/união anterior, estar em situação de recasamento há pelo menos dois anos, ter nível superior de escolaridade, residir na Região Metropolitana de Salvador e aceitar participar do estudo assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Algumas informações sintetizadas sobre os participantes podem ser consultadas na tabela abaixo.
Tabela 1 – Dados sobre os participantes. Região Metropolitana de Salvador/Bahia, 2019
Nome Fictício* |
Idade |
Sexo |
Etnia/ Cor |
Escolaridade |
Ocupação |
Estado Civil |
Madalena |
53 |
feminino |
Parda |
Superior completo |
Professora universitária |
casada |
Maria |
48 |
feminino |
Parda |
Superior completo |
Advogada |
casada |
José |
66 |
masculino |
Branco |
Superior completo |
Empresário |
casado |
Martha |
47 |
feminino |
Branca |
Superior completo |
Não informado |
casada |
João |
52 |
masculino |
Pardo |
Superior completo |
Representante indústria farmacêutica |
casado |
Miriam |
51 |
feminino |
Parda |
Superior completo |
Corretora de seguros |
Casada |
Jonas |
49 |
masculino |
Pardo |
Superior completo |
Não informado |
casado |
Mariana |
48 |
feminino |
Parda |
Superior completo |
Não informado |
casada |
*Nomes fictícios evitando que os/as participantes sejam identificados/as.
Lançou-se mão do instrumento de investigação roteiro de entrevista, visto que coaduna com estudos de casos e sua natureza observadora, consistindo no detalhamento de circunstâncias ou indivíduos. As entrevistas permitem, de modo irrevogável, que se indague respondentes-chave sobre determinados fatos e as respectivas opiniões sobre eventos representativos (YIN, 2001).
O roteiro mencionado anteriormente foi intitulado: “Entrevista Dinâmicas da Conjugalidade em Situação de Recasamento”, que se caracteriza por ser semiestruturado e ter questões abertas. Ele foi elaborado pelos coordenadores da pesquisa, considerando revisão de literatura sobre a temática do recasamento. Aborda: dados de identificação, dados sobre família, concepções e vivências sobre casamento, divórcio e recasamento, além de incluir as percepções sobre as relações familiares no contexto do recasamento.
As entrevistas foram todas gravadas e posteriormente transcritas, desse modo, tem-se a transubstanciação da fala (o sonoro, fonético) em palavra (a escrita, grafema), permitindo alcançar uma importante etapa para o estudo, qual seja: a interpretação dos dados coletados que foram analisados de forma descritiva, através da Análise de Conteúdo por considerar os significados (conteúdos), suas formas e distribuições; procurando “[...] conhecer aquilo que está por trás das palavras sobre as quais se debruça” (BARDIN, 2016, p. 50).
De maneira geral, os/as participantes externaram de forma elucidativa e elaborada as suas relações anteriores, descrevendo-as objetivamente, localizando os problemas, fazendo autocríticas, e reconhecendo a importância dos episódios vividos. Apesar de não existir relação de intimidade entre todos os/as participantes com os ex-cônjuges, todos/as se reportaram aos correspondentes ‘ex’ com respeito; justificando, inclusive, a escolha do parceiro, a partir da inexperiência típica da juventude, já que todos/as se casaram muito jovens.
Foi uníssono também entre os/as partícipes a inexistência de constrangimento ou sentimento de culpa no recasamento, ao contrário, demonstraram realização plena. Todos/as, com exceção de Mariana, foram casados/as apenas uma vez. Mariana teve dois casamentos anteriores ao que ela se reportou na entrevista.
Dos/as oito entrevistados/as, cinco têm mais de dez anos de relacionamento no recsamento, um tem oito anos e os/as outros dois têm dois anos. Com relação aos filhos no recasamento, seis entrevistados/as não têm filhos e dois possuem apenas um filho cada um. Todos/as os/as envolvidos/as no estudo possuem filhos das relações anteriores.
3.1 PROCEDIMENTOS
O projeto maior de pesquisa intitulado “Dinâmicas da conjugalidade em situação de recasamento”, foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UCSal (CAAE: 18607219.3.0000.5628). Após tal aprovação, os autores, utilizando os critérios de acessibilidade e os de inclusão mencionados anteriormente, convidaram, para participar do estudo, pessoas em situação de recasamento.
Após leitura e assinatura do TCLE, foi realizada entrevista com cada participante, em separado, em local de conveniência para eles/elas, em suas casas, ambiente de trabalho e em locais públicos. As entrevistas duraram em média cerca de 13 (treze) minutos e foram gravadas para que nenhuma informação se perdesse.
Caso houvesse desconforto por parte dos entrevistados/as, as entrevistas seriam interrompidas e os participantes seriam encaminhados para atendimento psicossocial, no entanto, não foi necessário este procedimento.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir, serão apresentados e discutidos os oito casos, considerando os seguintes tópicos: a) dados sobre família; b) concepções e vivências sobre casamento, divórcio e recasamento e, por fim, c) percepções sobre as relações familiares no contexto do recasamento.
4.1 DADOS SOBRE FAMÍLIA
Madalena concebe família do seguinte modo:
“Família num conceito mais clássico [...], é um conjunto de pessoas, [...] com graus de parentescos e, portanto, consanguíneo que moram juntos, vivem juntos, reunidos no mesmo lar. [...] Na minha compreensão, que já mudou muito desse conceito que me foi passado e me ensinado, minha compreensão é de novos arranjos familiares é estamos no século XXI e os novos arranjos familiares apontam que família transcende ao grau de parentesco e de um, uma união ligada, apenas, por esses laços consanguíneos. [...].”
Por sua vez, Maria, tem a seguinte percepção: “Família é tá perto de quem a gente ama. É conviver com quem a gente ama. É [pausa reflexiva] comemorar aniversário junto. É também passar os momentos de dificuldades juntos. É se apoiar. É ser solidário.” O participante José define família como “[...] alegria, muita troca, uma pergunta estranha [...] o que é família? É uma necessidade nossa enquanto ser humano de viver em grupo. Eu acho que a gente constitui aquele grupo, aquele núcleo principal seu, né? Então, isso é!”
Já Martha tem a seguinte percepção: “Família é você estar junto, viver junto com as pessoas que você ama e que independe de ser de sangue ou não.” Para João, “[...] família é a consonância entre entes queridos. Pode ser a família sanguínea como também pode ser que não sejam do mesmo sangue, da mesma linhagem e com reciprocidade nos atos, na vida como um todo. Acho que é por aí!”
A participante Mirian entende que família “[...] é segurança, é amor, é respeito, é harmonia, é tranquilidade. Enfim é o que constitui no caso, o ser humano. Família é resultado de tudo.” Jonas conceitua família como “[...] uma união de pessoas que tem parentesco, parentalidade e cooperam socialmente e se amam principalmente.” Por fim, Mariana disse o seguinte: “Família é união de pessoas que laços sanguíneos ou afetivos. Porque têm pessoas que se aproximam tanto da gente que não tem o sangue, mas acaba se tornando família também.”
Os relatos dos/as colaboradores corroboram a definição de família como local da parentalidade, laços consanguíneos, mas que transcendem em novos arranjos familiares (PIERRON, 2014; ROUDINESCO, 2003; KEHL, 2013). As experiências relatadas confirmam a família como uma experiência de convivência em núcleo principal, recurso constitutivo da pessoa (DONATI, 2008; PETRINI, 2008; SARTI, 2004), como um “ninho”, isto é: segurança, amor, respeito, harmonia, reciprocidade (PERROT,1993; COMTE-SPONVILLE, 2011).
4.2 CONCEPÇÕES E VIVÊNCIAS SOBRE CASAMENTO, DIVÓRCIO E RECASAMENTO
Sobre o aspecto casamento, respondeu Madalena:
“Casamento traz pra gente lições de conhecimento e autoconhecimento. É desafiador! O que seria de nós sem o outro? [...]. O divórcio pra mim é uma necessidade quando não há mais possibilidade de viver juntos, simples assim [entonação enfática]! [...] No meu atual casamento [...] a gente já casou maduro que é outra coisa fantástica que é casar com outro nível de maturidade.”
Por sua vez, Maria respondeu que:
“Casamento é partilhamento, é cumplicidade, é amor, é companheirismo. É você tá com o outro e não deixar de ser você, principalmente. [...] O divórcio não é fácil, acho que é um rompimento bem difícil, porque é [pausa curta], ele representa frustração de um sonho. Eu diria que... eu definiria o divórcio numa palavra: frustração. [...] eu acho que o recasamento é bem isso: duas pessoas que têm experiências e que resolvem, por vontade própria, é [pausa curta] tá junto, apostar numa outra experiência, numa outra relação.”
Já José disse o seguinte:
“Casamento é uma troca, você apesar de gostar muito de estar só, mas eu acho que é um encontro de pessoas que se gostam e que têm projetos comuns, e é uma coisa que eu sempre busquei, estar com alguém. [...] [Divórcio] foi uma coisa que aconteceu por um processo mesmo, porque hoje em dia é muito mais tranquilo tomar este tipo de decisão. A gente casava muito cedo e por conta de caminhos diferentes, projetos diferentes de vida aí você cria um afastamento. [...] o segundo casamento, são pessoas que já estão mais amadurecidas, é outro tipo de relacionamento, é um outro encontro. Não é um encontro de adolescentes.”
A participante Martha afirmou que:
“Casamento é você ter um companheiro pras horas boas e pras horas ruins, é você contar com a pessoa pra seus desafios e você ter uma vida também social, ter uma vida em casa com tranquilidade [...]. [Divórcio] Uma tragédia [risos]. Eu acho que é a última alternativa de um relacionamento, você tem que desconstruir tudo, tem que fazer todas as tentativas para não ter arrependimentos, então eu fiz isso [...] divórcio é tribunal, é polícia, é advogado, é noite sem dormir, é filho chorando, é família desconstruída. No recasamento você entra de uma forma mais madura, não é só sentimento, [...] eu acho que tem uma troca de sentimentos de companheirismo.”
O entrevistado João disse que:
“[O casamento] Tá no mesmo contexto de família. [...] [O divórcio] Como todo fim, não é tão prazeroso né? [...] minha ex-mulher [...] durante esse período todo cometeu alienação parental, afastou os filhos do meu convívio [...]. [O recasamento] É totalmente o inverso! Eu procurei uma pessoa que fosse totalmente diferente. Muito mais próxima a minha realidade e bem distante do que era a outra.”
Sobre o casamento, a percepção de Mirian é a seguinte:
“O casamento é o respeito, é a convivência, é consideração, existe uma harmonia, uma tranquilidade, existe uma paz. [...] é uma comunhão de duas pessoas que querem ser felizes, que buscam a felicidade acima de tudo, [...]. A separação, é medo, é insegurança, é revolta, é tristeza, é angústia, é tudo de ruim [....], você acaba ficando muito pessimista. Você não acredita mais nas pessoas, você não tem mais consideração pelas pessoas, você desconfia de tudo [...] a separação pra mim é o conflito! [O recasamento] Hoje eu sou feliz, hoje eu faço coisas que eu não fazia antes, porque era podada com relação a tudo, era vetada e hoje eu tenho uma liberdade de expressão, hoje eu me sinto uma mulher corajosa, verdadeira [...].”
O participante Jonas relatou o seguinte:
“[Casamento] é um encontro de [...] duas pessoas que têm necessidade de amar e cuidar um do outro e buscar todos os dias a manutenção deste amor, com muita paixão, tesão e sexo também. [...] O divórcio ocorre quando há uma constatação de que a relação terminou [...] essa ruptura ocorre quando não há mais uma convergência. Minha relação atual vem de uma admiração mútua. Antes convivíamos como amigos. Veio depois a paixão [...] essa relação maravilhosa que eu tenho hoje.”
Já a entrevistada Mariana entende que:
“Casamento pra mim não é papel. É o viver bem [...] é companheirismo e partilha de afeto, atenção, prazer, preocupações. Não acredito que casamento seja pura renúncia como dizem por aí. Acho importante cada um manter os seus projetos [...] também não acredito no “para sempre”.” “O divórcio para mim em alguns casos é libertação, salvação. Noutros casos uma consequência de ações anteriores impensadas ou pouco refletidas. Eu fui muito abençoada nesta nova relação. Ele é um homem bom. Um pouco mais jovem do que eu [...]. Nos damos muito bem em todos os sentidos.”
Sobre o casamento, os relatos coadunam com a ideia de que a união traz conhecimento, mas é também desafiador (DONATI, 2008). É um movimento rumo ao outro sem negligenciar o aspecto da individualidade (DONATI, 2008; SINGLY, 2011). Encontra respaldo na literatura, a ideia de que o casamento é a vida como “espaço” privado, partilhando intimidade (PERROT, 1993; SINGLY, 2011).
No que tange ao divórcio, os relatos demonstram ser essa uma necessidade quando não há convergência, e neste aspecto é libertador (BAUMAN, 2004; SINGLY, 2011). Os/As participantes foram uníssonos na afirmação de que se trata de uma decisão difícil, um processo trágico, gerador de custos (SINGLY, 2011), e consequência de ações irrefletidas (SILVA; TRINDADE; SILVA JÚNIOR, 2012).
As percepções sobre o recasamento foram similares, sempre no sentido de que é uma busca por um relacionamento diferente do que já ocorreu na relação anterior (SILVA; TRINDADE; SILVA JÚNIOR, 2012). Referem-se como o casamento com outro nível de maturidade, experiência e sentimento (GIDDENS, 1993; COMTE-SPONVILLE, 2011). Neste contexto, é o ápice em relação à vida a dois (MALDONADO, 1986; FÉRES-CARNEIRO, 1987; PENSO, 1989).
- PERCEPÇÕES SOBRE AS RELAÇÕES FAMILIARES NO CONTEXTO DO RECASAMENTO
Ao serem indagados/as sobre como percebem que são suas relações familiares na atualidade, os/as entrevistados/as responderam como consta a seguir.
Madalena relatou o que segue:
“Estamos mais próximos um do outro [cônjuge atual], porque queremos [...] amar também é isso, querer tá em companhia, estar com [entonação enfática] [...]. Ao decidir casar a gente decidiu que não teríamos mais filhos. Eu tenho Mari do meu primeiro casamento e o meu parceiro tem Jr. de outro casamento também. [...] há uma relação de afeto, carinho e de companheirismo [referindo-se ao Jr. e Mari]. Cada um cuidado de suas vidas e marcando os limites de entrada na vida do outro. Os enteados [referindo-se ao Jr. e a Mari – enteada de José, atual marido] nos ensinam muito, porque são de uma outra geração [...]. Eu conheço a mãe de Jr., me dou bem, converso. [...] Sempre tive uma relação de diálogo, mas não chegamos a ser amigas. [...] Mas, no meu primeiro casamento sim. Ela [esposa do ex-marido] é minha amiga até hoje é, é as irmãs de Mari morou com a gente por alguns anos [...] é a mãe nos levou elas, as duas, Angélica e Rosa [filhas do primeiro casamento do ex-marido], pra morar com a gente por um período.”[5]
No que diz respeito à participante Maria, a mesma disse que:
“Nós somos uma família [cônjuge atual]. Não tenho com ele [referindo-se ao cônjuge anterior uma relação de família. Tenho uma relação de amizade, de respeito. Mas, nós não temos proximidade. Não, não o considero minha família. [...] Também tenho uma relação amistosa [referindo-se ao relacionamento anterior do marido atual], de respeito, mas, não de proximidade. Não considero ela da família. […] Minha filha é muito próxima a mim é [pausa curta] nós somos muito, muito [pausa curta] juntas, unidas, cúmplices. Um relacionamento maravilhoso muito belo, inclusive, como o meu marido também[...] Tenho um relacionamento maravilho com os meus enteados. E eles são sim da minha família. Eu considero eles como família.”
O entrevistado José disse o seguinte:
“[O relacionamento cônjuge atual] É bom. Também foi bom durante um tempo [referindo-se ao relacionamento anterior), quando não foi ficando bom, a gente teve tranquilidade. Hoje é muito mais tranquilo, acabamos de ter a festa da neta em Brasília, estávamos todos juntos. […] [Relacionamento com o(s) seu(s) filho(s) do relacionamento conjugal atual] Olha, é muita parecida com a relação anterior, porque não tem muita mudança na minha forma de conduzir esse relacionamento com os filhos, tanto que eles se adoram, os quatro.”
Já Martha relatou que:
“[Cônjuge atual] Era maravilhosa, [...], na verdade uma irmã com o meu atual marido é bem complicada, e era muito boa, mas teve uma mudança agora, eu acho que, vamos ver se reconstrói. [...] [Relacionamento com o cônjuge anterior] Era muito superficial, [...]. Não considero ele família, de jeito nenhum. […] A ex-mulher do meu marido eu tenho relação e ele também tem relação com ela, é uma relação bem saudável. Já teve problemas, aí teve um rompimento e depois uma reconstrução. Hoje é uma relação de respeito. […] A relação com minha filha é maravilhosa, graças a Deus. Mesmo eu tendo problemas com o pai dela, [...] ela tinha muito ciúme de mim com ele [cônjuge atual], mas hoje ele conseguiu reconquistar ela e estão vivendo uma fase bem tranquila. [...] Meus enteados são três. Como o do meio, [...] a minha relação com ele é de amigo. Com o mais velho já é uma relação de mãe e filho. Com a mais nova é uma relação bem complicada. Considero que eles são minha família.”
Por sua vez, João disse o seguinte:
“[Cônjuge atual] Excelente [Relacionamento com o cônjuge anterior] Eu vim falar com ela depois de 10 anos a semana passada! E no Whatsapp, porque ela casou depois de mim mais duas vezes e por que foi um desenlace complicado. […] [Relacionamento com o(s) seu(s) filho(s) do(s) relacionamento anterior] É complicado, nesses 15 anos de separação, ela (a ex-esposa) trabalhou as crianças para terem ódio de mim, que se chama hoje de Alienação Parental. Então as crianças foram trabalhadas neste sentido. O meu filho é muito mais próximo por ser homem, mas até prestar testemunho em audiência de instrução na vara de Família, ela teve a coragem de levar as crianças. A sorte que o juiz na época disse que não iria ouvir por que não fazia sentido.”
Neste mesmo aspecto, Miriam disse que:
“[cônjuge atual] Eu percebo que é maravilhosa! [...] Hoje eu tenho liberdade de expressão, hoje [...] eu sou eu e sem medo de ser feliz, sem medo de ousar, sem medo de nada por que meu companheiro me dá liberdade pra isso. [O relacionamento com o cônjuge anterior] Eu hoje não tenho relação nenhuma com ele. Posso vir a ter, com relação ao meu filho. [….] [Os enteados] Eu tenho assim uma convivência muito boa com todos eles, na minha relação eu tento mostrar quem eu sou, nunca puxei saco de ninguém e nunca fiquei querendo ter alguma, vamos dizer assim, querendo levar vantagem em nada, sempre mostrei o que eu sou, de onde eu vi. Sou transparente com eles, tenho uma relação boa, de amizade, de família, enfim, acredito que é de muita tranquilidade, sempre com respeito também!”
Jonas disse sobre o Relacionamento com o(a) cônjuge atual, disse o seguinte:
“É maravilhosa e de cumplicidade.” - Relacionamento com o(s) cônjuge(s) anterior(es): “De respeito, mas apesar delas tentarem se reconciliarem porque penso que acabou mesmo.” - Relacionamento com o(s) cônjuge(s) anterior(es) do(a) seu/sua marido/esposa: “Não os conheci. Uma delas era viúva e a outra não tive conhecimento com os ex-companheiros dela.” - Relacionamento com o(s) seu(s) filho(s) oriundo(s) do(s) relacionamento(s) anterior(es): “Meu relacionamento com minha filha é maravilhoso. Ela é minha luz, minha amiga. [...] está na adolescência, tem os conflitos dela, mas é muito bom o nosso relacionamento.” - Relacionamento com seu(s) enteado(s): “Uma só tinha filho e não era bom. Já com a filha da atual companheira é muito boa a nossa convivência.”
Mariana disse sobre o Relacionamento com o(a) cônjuge atual, que:
“Excelente.” - Relacionamento com o(s) cônjuge(s) anterior(es): “Razoáveis.” - Relacionamento com o(s) cônjuge(s) anterior(es) do(a) seu/sua marido/esposa: “Razoáveis.” - Relacionamento com o(s) seu(s) filho(s) oriundo(s) do(s) relacionamento(s) anterior(es): “De diálogo e entendimento, apesar de algumas dificuldades com filha adolescente.” - Relacionamento com seu(s) enteado(s): “Excelente!! Uma ex-enteada da primeira união, é uma grande amiga até hoje!”
Do contexto da família em situação de recasamento, os relatos indicam que, apesar da complexidade e dos desafios, há um esforço em manter relações saudáveis, enfrentando os desafios (PETRINI, 2008; KEHL, 2013). É um exercício de redefinição de quem faz parte da família (PERROT, 1993; ROUDINESCO, 2013; KEHL,2013; PIERRON, 2014).
4.4 DISCUSSÃO GERAL
O objetivo da presente pesquisa foi investigar a dinâmica das relações na conjugalidade.
As experiências vividas pelos/as participantes apresentam muita similaridade entre si, indicando que as vivências no recasamento são coincidentes em ambos os sexos, não tendo sido verificado comportamentos distintos a partir da análise do gênero.
O recasamento é um lugar onde se busca, de certa forma, corrigir os erros e as frustrações vividas na primeira relação, desde a escolha do/a parceiro/a à forma de convívio, e esta percepção esteve presente em quase todos os relatos.
O sentimento desenvolvido na conjugalidade pode ser identificado como acolhedor, pacífico, harmonioso e dotado de muita sexualidade. Houve relatos de homens e mulheres sobre uma maior valorização pessoal e respeito mútuo com os seus/suas parceiros/as, experiências nem sempre vivenciadas na relação anterior.
A pesquisa apresentou, de forma uníssona, que a capacidade de discernimento, adquirida com às vivências anteriores, portanto, nesses casos, própria da ‘idade madura’ – como fora dito pelos/as partícipes – são fatores facilitadores para a formação de um vínculo conjugal que possibilita uma convivência genuína.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados encontrados revelaram que o recasamento é um locus de parentalidade para além dos laços consanguíneos, constituindo, assim, famílias diversas (KEHL, 2013), espaços legítimos da experiência (RABINOVICH, 2015) do novo conjugado com a tradição. É família considerada na relação entre significante e significado, evocando coisas diferentes, nem sempre concordantes (DONATI, 2008); delimitando-se, simbolicamente, a partir da própria história (SARTI, 2004).
É a “materialização” da mudança com seus desafios e potencialidades onde, também, encontra-se o contraditório, pois na busca por refúgio caloroso – o “ninho” (PERROT, 1993) – e a alegria de amar (COMTE-SPONVILLE, 2011), tem-se, igualmente, o “nó” (PERROT, 1993), o conflito (DONATI, 2008); prerrogativas inerentes a todo tipo de família.
É, sobretudo, o indício de que a família não é um sistema em exílio ou mesmo condenado à morte, posto que se mantém como meio imprescindível ao indivíduo e a sociedade (ROUDINESCO, 2003).
Por fim, levanta-se a necessidade de se realizar outros estudos que aprofundem tais achados.
REFERÊNCIAS
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[1] Advogado. Professor Assistente da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Mestre em Direito Privado e Econômico pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Doutorando do Programa de Pós-graduação em Família na Sociedade Contemporânea (PPGFSC - UCSal).
[2] Teólogo/Historiador. Professor da Educação Básica da Prefeitura Municipal de Itiúba/BA. Mestre em Educação e Diversidade pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Doutorando do Programa de Pós-graduação em Família na Sociedade Contemporânea (PPGFSC - UCSal). Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB).
[3] Pedagoga/Filósofa. Professora da Educação Básica do Estado da Bahia e da Prefeitura Municipal de Ipiaú/BA. Mestra em Educação pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Família na Sociedade Contemporânea (PPGFSC - UCSal).
[4] Advogada. Professora Assistente da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Mestra em Direito Privado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Família na Sociedade Contemporânea (PPGFSC - UCSal).
[5] Todos os nomes mencionados são fictícios a fim de preservar o anonimato.
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